Sling
À moda capixaba
Ao que tudo indica a aviação leve começa a dar sinais de retomada de produção no Brasil. Com as novas definições legais da Anac de o que se pode fazer com uma aeronave experimental, alguns leques de oportunidades estão se abrindo, como o uso de uma aeronave LSA Special para instrução em escolas ou aeroclubes. Com essa possibilidade, novos investidores na produção de novos produtos estão sendo atraídos. A última notícia veio do Espírito Santo, onde um grupo de empresários fechou parceria para a montagem e venda de aeronaves leves da Sling Aicraft, da África do Sul. Lucas Mota, um dos sócios, nos contou que há alguns anos eles estavam procurando um avião de quatro lugares que pudesse ter custos operacionais mais em conta do que existia no mercado convencional e se possível usando motor Rotax. Chegaram, então, até a Sling. Os sul-africanos possuem três modelos em seu catálogo, os Sling LSA e Sling 2 de dois lugares, e o Sling TSi, de quatro lugares. Eles também estão desenvolvendo o Sling de asa alta e quatro lugares. Todos com estrutura de construção metálica. Os menores podem usar motorização Rotax 912iS com injeção eletrônica de 100hp, enquanto que o de quatro lugares de asa baixa é equipado com um Rotax 915iS de 141hp. Os capixabas passaram seis anos levantando a estrutura para ser feita a linha de montagem dos Sling no Brasil. A fábrica fica numa área de 120.000m2 na cidade de Jaguaré (ES) e tem uma pista certificada de 1.000m x 18m que vai ser asfaltada em breve. O espaço de 1.500m2 do galpão é capaz de acomodar uma linha de produção que pode chegar a 20 aeronaves ao ano, mas a meta inicial é fazer um avião por mês. Todos os modelos vêm fragmentados da África do Sul e a montagem é feita localmente. Não haverá fabricação de peças aqui. Segundo Mota, o valor perdido no Sling LSA será de US$ 140.000,00. O de quatro lugares sairá a partir de US$ 270.000,00.
O painel será o mesmo, com uma suíte de aviônicos Garmin, um EFIS principal G3X com tela de 10”, piloto automático, G5 de instrumentação reserva, um rádio GTR200 e um transponder GTX35 com modo ADS-B. O padrão de acabamento seguirá o mesmo de fábrica, que nas palavras de Mota atende muito bem o nível exigido pelo brasileiro, mais alto que o do americano. A estimativa de custo operacional básico do modelo de dois lugares é de R$ 380,00 cada hora de voo, e de R$ 750,00 no avião de quatro lugares, sendo que o avião menor, no material do fabricante, voa a 120nós em cruzeiro, consumindo 18l/h, e o de quatro lugares vai a 148nós gastando 28l/h. Talvez eles sejam poucos conhecidos no mercado brasileiro, mas já entregaram 438 exemplares do Sling de dois lugares e 361 do modelo maior. O modelo de asa alta ainda está em desenvolvimento, com dois exemplares feitos. A maior parte dos clientes está na Inglaterra, Austrália e Estados Unidos. Para o Brasil, um dos motivos do grupo de empresários ter levado seis anos para inaugurar a fábrica, foi esperar as definições da Anac sobre as novas regras para os experimentais. Com a possibilidade de uso comercial dos LSA Special, um dos focos de vendas é para escolas de aviação, prometendo custos operacionais mais baixos. Com as novas regras, aeronaves enquadradas nesse padrão também não sofrerão com as restrições de sobrevoo em áreas densamente populosas, como acontece com os experimentais comuns. A Sling ainda está vendo como ficarão os parâmetros da Anac para pensar em certificar de vez os seus produtos por aqui. Mas de qualquer modo, as vendas devem começar a ser abertas a partir de agosto para o Sling de dois lugares, e até o final do ano para o Sling TSi.
Onde achar:
Sling Aircraft Brasil
Tel.: (27) 99948 7035
www.slingbrasil.com