As expectativas não eram grandes, o tempo pouco ajudou com dois dias de muita chuva pesada no Campo de Marte em São Paulo. No hangar da Casp, antigo JP Martins, as empresas do setor de manutenção foram agrupadas na feira MRO Brasil organizada pela Delta Fox, empresa do Decio Corrêa, conhecido pelas edições da EAB em Sorocaba, Araras, São José dos Campos e Maringá. Desta vez nada de shows aéreos ou encontro de pilotos, apenas ferramentas, equipamentos de manutenção e as chances de fazer algum negócio que envolvesse algum assunto de mecânica aeronáutica. Nada de aspecto lúdico, portanto, a empolgação para participar estava diretamente ligada ao interesse técnico ou a necessidade por algum recurso para a manutenção de frota ou aeronave específica. A estrutura estava mais modesta que os eventos anteriores organizados pela Delta Fox, mas já na entrada os bons assuntos apareceram. Na porta do hangar estava montado o Skylink 7100 um equipamento de conectividade de US$ 10.000,00 oferecido aqui pela Blue Sky Network e que pode ser usado tanto no segmento marítimo como no da aviação. O Skylink não é grande e pesado, ocupa pouco espaço numa cabine e opera com a banda larga Iridium Certus 100 e possibilita além das comunicações básicas como o de transmissão e recepção de dados e vídeo, servir como roteador. No passeios dos corredores deu para encontrar o novo conjunto de freios Birigui com dois pistões e que tem sido muito instalado em RV-10, Piper Seneca, Cessna 210.

O kit para o RV-10 por exemplo, sai por R$ 12.000,00 instalado nas duas rodas do trem de pouso principal. A Follow Air tinha um aplicativo com sistema de gestão de informações que pode ser usado em frotas. Eles tem uma parceria com o HBR e com a plataforma deles dá para desde fazer todas as atualizações dos diários de bordo, as previsões de manutenção e das carteiras dos pilotos. Entre os expositores, quem de mais importante do setor estava lá. A Embraer divulgava a expansão do seu centro de serviço em Sorocaba (SP). A Aeromecânica aproveitou para mostrar não só também as suas futuras instalações no Aeroparque Aldeia da Serra, perto de Curitiba (PR) como a base de Recife (PE). A WS era outra empresa de manutenção que veio do sul para participar do evento. Sua carteira de serviços está voltada para aviação corporativa que sai da família King Air, passa por jatos de médio porte como os Embraer Phenom 100 e 300 e chega aos Gulfstream G450 e G500.

A Baburich e JP Martins também montaram seus estandes de olho em quem prefira fazer as suas manutenções no interior de São Paulo. A MRO também foi o ponto de apoio para muitas empresas do centro-oeste fazerem suas prospecções no sudeste. A Goiás Aviação, que fica em Goiânia, tem diversos serviços de manutenção que partem das revisões de motores das linhas Lycoming e Continental, hélices Hartzell e Sensenich e é centro de serviço de Cirrus, Embraer, Piper, Textron e até Britten Normen. A Global Parts estava anunciando que além da base no aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, vai abrir outra em Jataí (GO) focando primariamente na aviação agrícola e na regional daquela parte do estado e do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, pois moram lá pelo menos duas centenas de aeronaves que nem sempre tem algum centro de manutenção adequado. Os trabalhos deles ficarão em cima tanto de motores à pistão como turboélice, mais hélices (Hartzell) que por sinal é uma novidade na empresa. Não tanto de manutenção, mas da mesma região, o complexo aeroportuário Antares, que fica em Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital goiana, estava mostrando como ficará o polo aeronáutico voltado para o segmento executivo. Outros serviços estavam sendo oferecidos como os pacotes de seguros da Dancor, como o público do evento era basicamente técnico, foi uma oportunidade para gerar relacionamento. Pequena, a MRO até que gerou movimentação maior que o previsto, até porque, foi uma forma das empresas terem um maior destaque se comparada ao peso que teriam em eventos maiores como a Labace.