Um dos modelos Mercedes que mais vende no Brasil, o GLA 200 AMG Line recebeu um tapa tanto na sua parte estética quanto de motorização pois se aqui ele chegou em 2021, lá na Europa ele existia já desde 2019. Por fora ele recebeu detalhes com uma maior esportividade que remetem a linha AMG. Na lista estão o parachoques e as rodas de 20” que parecem raiadas. O formato da grade dianteira continua o mesmo e os detalhes são praticamente idênticos, o nicho das luzes de neblina é da mesma cor da carroceria. O capô, apesar de ter um motor pequeno embaixo dele, contém vincos que dão a entender que o que existe lá é no mínimo um V6. Na traseira, a Mercedes redesenhou o formato das luzes das lanternas deixando a visualização do conjunto mais esguio. Mas de uma forma ou outra, não houve alterações na estrutura geral da carroceria. Continua um desenho bem limpo, sem vincos desnecessários e o carro transmite um ar de robustez. Abrindo as portas o que é encontrado é puro Mercedes. O acabamento é de alto gabarito, há o bom uso de couro e parte dos elementos de acabamento tem toque macio, emborrachado, muito detalhes vem com a aparência de fibra de carbono e há o show de luzes de cabine, configurável tanto na cor como em movimento com um passeio de vários tons. O desenho dos pedais é esportivo, em alumínio escovado e com detalhes vazados. Os bancos com costuras coloridas são bem confortáveis e ao mesmo tempo seguraram bem o balanço do corpo durante as curvas mais exageradas. O volante tem os raios duplos sendo que alguns comandos são feitos por micro nichos sensíveis ao toque, não por botões. E houve a surpresa de que não poder usar o piloto automático adaptativo nessa unidade do teste, ao tentar, aparecia no painel um aviso que o sistema não estava ativo, mas poderia ser adquirido posteriormente. As telas do motorista e do sistema de info-entretenimento do GLA 200 estão posicionadas como se fossem um único conjunto, mas na verdade são duas de 10.25” e curiosamente para os atuais padrões encontrados em Volvo, BYD e até em modelos populares como a Chevrolet Spin, essas medidas de tela agora aparentam pequenas. Em compensação, todos os comandos do multimídia ficam bem à mão. O infoentretenimento do carro trabalha sem fio com o Android Auto e Apple CarPlay, o espelhamento e pareamento funcionaram de forma rápida. Como todo Mercedes há o sistema de comando de voz MBUX que em várias ocasiões não entendia ou não respondia o que era solicitado.

Na base do console central, eles colocaram um nicho para carregamento de celulares por indução e esse esquentou bastante tanto um Samsung Galaxy Z Fold6 quanto um Motorola Edge 50 Ultra a ponto do primeiro avisar que a temperatura estava indo além do recomendável. Continuando no console, logo à frente do bom porta trecos, onde na versão anterior havia um campo de comando por toque, desnecessário então por conta da tela de multimídia ser também sensível ao toque, agora existe um nicho raso para colocar um celular ou moedas. O GLA garante um bom espaço para duas pessoas no banco traseiro, porque um terceiro ocupante se tem até um bom espaço no assento do meio vai ter que gerenciar o posicionamento dos pés por conta do alto túnel central. Acima de todos há o teto solar panorâmico, mas que é bipartido. O sistema de som não é lá grande coisa, em geral o acabamento acústico é um tanto chapado, os agudos e graves estão meio tímidos aqui. O bagageiro do GLA tem 425L de capacidade, é o menor entre seus concorrentes diretos. Um Audi Q3 tem porta-malas de 530l e o BMW X1 entrega 476l. Dando a partida no GL200 AMG Line é bom lembrar que agora todos os SUV compactos da Mercedes à gasolina são híbridos leves com sistema de 48V que trabalha em conjunto com um motor de quatro cilindros, sendo que o GLA é um 1.3 (desenvolvido em conjunto com a Renault) e no total é entregue 163cv aos 5.500rpm e torque máximo de 27,53kgf.m entre 2.000-3.500rpm. Essa eletrificação não é daquelas que precisam plugar o carro numa rede externa, a energia é coletada do próprio motor à combustão. Na prática, o GLA 200 funciona em modo elétrico andando a baixas velocidades e em velocidade de cruzeiro média, dá para perceber a pouca ou nenhuma utilização do motor à combustão, o que o torna bem silencioso em viagens.

Esse carro é a pura síntese de SUV, não queira tanta precisão em curvas, mesmo escolhendo o modo esportivo ele foi feito mais para o conforto, contudo não é nada instável. Em termos de performance pura, até que ele entrega alguma coisa, afinal são 163cv para deslocar 1.570kg. O GLA acelerou de 0 a 100km/h em 8,2s, não é ruim. Contanto existe um grande atraso de 2s na resposta do acelerador, mesmo pisando fundo até dar o clique no final do curso. O que se escuta, com uma vertiginosa subida de giros não é relacionado ao que você vê e sente em termos de aceleração. O câmbio automatizado de dupla embreagem e 7 velocidades nessa hora tem comportamento parecido com um CVT. Com ele chegamos a fazer 12,5km/l na estrada, o número mais comum de média de consumo nesse circuito foi de 11,8km/l isso tanto com o carro vazio como cheio. Na cidade a média se manteve entre 10,5km/l com o carro pesado e bateu nos 11,2km/l com ele vazio. Não são números muito empolgantes principalmente por ter uma tecnologia de eletrificação embarcada que deveria torná-lo mais econômico. Olhando para a tabela de preços da fábrica, certificando que o GLA 200 AMG Line sai por R$369.900,00 dá para ver que a Mercedes oferece uma opção que pode o GLA perder um cliente, o irmão maior, GLB 200 Progressive, custa apenas R$ 5.000,00 a mais e tem uma terceira fileira de assentos. Em outro lado dessa tabela há o sedã CLA 200 AMG Line que é até mais em conta, custando R$ 336.900,00. Se considerar o Audi Q3, esse outro alemão de motor 2.0 de 231cv parte de R$ 299.690,00 na versão Prestige 45 e chega aos R$ 358.990,00 na versão Black 45. O BMW X1 parte de R$ 299.950,00, passa pelos R$ 365.950,00 na versão sDrive20i Sport e chega aos R$ 434.950,00 pedidos pela xDrive 30M Sport. É uma concorrência pesada que faz com que surja a conclusão de que esse SUV é bem voltado para o admirador de Mercedes.

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