Ford Mustang GT Perfomance Manual





Tem, mas acabou
Não foi uma única vez que ao anunciar um novo Mustang no Brasil a Ford tenha sido questionada se traria a versão com câmbio manual para o país. Recentemente, o que tem vindo oficialmente para cá dispõe de câmbio automático de dez marchas com a possibilidade de trocas por borboletas atrás do volante. Por sinal é um belíssimo sistema. Entretanto, há uma parte do contingente de apreciadores da direção esportiva que ainda assim sente falta de poder fazer as trocas de marchas com os movimentos mecânicos de pedal de embreagem, acelerador e manopla de câmbio. Neste ano a Ford resolveu contemplar esse público, ou pelo menos uma parte muito seleta dele, porque foi importado apenas um lote de 200 unidades, todas devidamente numeradas e com um emblema alusivo aos 60 anos do modelo. Tal qual um cronógrafo de alta relojoaria, o Mustang GT Performance Manual é uma joia de colecionador. Esteticamente o Mustang manual recebeu faixas decorativas e alguns detalhes na cor bronze, como o cavalo na grade dianteira e as rodas de 19” de diâmetro na frente e 19,5” na traseira. São três opções de cores, o Preto Astúrias, o Cinza Torres, e o Branco Oxford. Colaboram para o tom esportivo as pinças de freio Brembo vermelhas colocadas nos discos de 15,3” com seis pistões na frente e de 14” com quatro pistões na traseira. Internamente o carro ganhou bancos Recaro. Claro que a grande diferença em relação ao Mustang GT Performance automático está no conjunto de motor e câmbio. Apesar de ser equipado com um V8 5.0 Coyote de 4a geração, nesta versão ele entrega 492cv a 7.250rpm e torque máximo de 58kgf.m a 4.900rpm. O automático garante 488cv na mesma faixa de rotação e 57,51kgf.m a 5.000rpm. O câmbio manual é de seis velocidades e, segundo o fabricante, faz de 0 a 100km/h em 4,3s e tem uma relação peso-potência de 3,67kg/cv. Como a diversão é a meta principal, a Ford disponibilizou alguns recursos extras. O Flat Shift permite que as trocas de marchas sejam feitas sem tirar o pé do acelerador. Ele não funciona como os sistemas disponíveis nas motos, onde é possível fazer as trocas para cima e para baixo sem precisar usar a embreagem. No Mustang ela é utilizada, e ao ser liberada após a troca, o bom piloto tem que dosar o movimento para não estolar o motor ou até quebrar uma marcha. O sistema reduz o tempo de inércia, permite uma aceleração contínua e dá uma maior sensação de controle. Para a atuação o motor precisa estar a mais de 5.000rpm e o pedal do acelerador com mais de 40% de curso pressionado. Para aumentar ainda mais a dose de salivação dos amantes de Mustang, a Ford colocou um sistema Rev Mach de punta-taco automático.
Ao ser acionado, via painel, e detectar as reduções de marchas ele aumenta as rotações do motor antes do engate, reduzindo o desgaste da embreagem e transmissão. O esportivo também vem com sistema de controle de largada eletrônico que administra a entrega de potência e torque para uma aceleração mais eficiente, evitando destracionar as rodas. Ele limita a rotação do motor e permite soltar a embreagem rapidamente. São bem úteis, mas vão dizer que isso é para amadores. Capaz de a Ford retrucar que está sendo mais inclusiva. Como não poderia deixar de ser, o Mustang GT manual tem o sempre divertido modo que trava as rodas dianteiras para fazer a manobra de queimar a borracha dos pneus traseiros, e além do freio eletrônico normal há um acionado por barra para fazer drifting. Da mesma forma que no GT automático, o sistema de escape tem três modos de acionamento de uma válvula que regula o som emitido, incluindo a possibilidade de programação de horário de ativação no modo silencioso. São cinco os tipos de condução (normal, esportivo, escorregadio, pista e pista drag), sendo que da suspensão são quatro (normal, esportivo, pista e pista drag). O novo Mustang veio equipado com barras estabilizadoras do Mach 1 e inclui o sistema de detecção de buracos, que aumenta a rigidez dos amortecedores (basicamente os seguram naqueles microinstantes durante a passagem pelo buraco) para evitar o maior impacto que pode danificar o pneu e a roda. Se isso tudo foi o bastante para tornar essa versão melhor do que a normalmente é vendida pela Ford, agora só mesmo contando com a ajuda de algum amigo que teve a felicidade de comprar um e possua boa vontade de emprestar para você, pois o lote acabou em apenas uma hora após serem abertas as vendas, como era de se esperar. Nos planos da Ford estava prevista a prioridade de comercialização em três fases, a primeira para donos de Mustang, a segunda para donos de produtos Ford e a terceira para o público geral. É pouco provável que as vendas tenham chegado ao terceiro perfil de compradores. O Mustang GT Performance Manual saiu inicialmente por R$ 600.000,00, mas já deve estar valendo mais que isso. O Mustang GT Perfomance de câmbio automático está custando a partir de R$ 549.000,00. Talvez depois, colocando umas faixas no capô que sempre deixam o carro mais rápido, a diferença para a série limitada seja quase equalizada.
Onde achar:
Ford
www.ford.com.br







