A pequena porta que dá acesso ao também pequeno salão fica a Cantina Família Giovanni. O lugar quase que escondido, fica na Rua Basílio da Gama que liga a Praça da República à Galeria Metrópole. Nesse rua ainda fica a primeira unidade do Almanara que trouxe o conceito de cozinha árabe ao Brasil. O cardápio dessa cantina é dica a ser experimentado pelos paulistanos e turistas. A razão é que o lugar é bem raiz, fundado em 1949. A decoração chega a ser espartana, tem uns quadrinhos com paisagens da Itália (estão lá tortinhos na parede como se sem querer) as mesas vem com toalhas brancas e quadriculadas, as cadeiras são em madeira. Há um ventilador clássico na parede, logo após a porta de entrada. Para tudo que se olha, a sensação é de estar muito carregado de história. O lugar é bem aconchegante. Por acaso, na visita, feita às 11h00 de um sábado, o ambiente ainda estava vazio, tinham acabado de abrir, mas o normal é ter o salão cheio. Mas no aproveitamento de uma ida até a Portssar para fazer deixar alguns equipamentos fotográficos para a manutenção, ao passar em frente, não teve jeito de escapar para finalmente experimentar o que sai daquela cozinha. Curiosidade existente há anos. E curioso, eles não funcionam para o jantar, parece negócio de família mesmo. O cardápio é bem generoso, a média de preços não ultrapassa os R$ 100,00 isso incluindo o couvert, salada e o prato principal. E é tudo no estilo clássico com antepastos e a boa sardela. Por ser uma visita feita sozinho, não houve a oportunidade de pedir mais que um mais que um prato. A escolha recaiu no Tortelli recheado de queijo e coberto de carne desfiada, com molho quatro queijos e provolone ao forno (R$ 47,90). Foi a opção de prato promocional, sem os acompanhamentos de couvert, salada ou sobremesa. O motivo era o seguinte. Mesmo eles sendo concebidos como pratos individuais a quantidade dá para satisfazer duas pessoas, principalmente se acompanhadas com o couvert ou pedindo alguma guarnição. Em todo caso foi pedido uma cestinha de pão italiano (R$ 7,00). 

Quando chega a mesa, o tortelli vem fumegante numa pequena tigela rasa. Está ali um belo prato. A carne desfiada leva jeito de ter sido cozida por longo tempo, há uma boa marca dos temperos, cominho e tomilho em especial e o molho de queijos é soberbo, dá para sentir o sabor de cada queijo e não há picos exagerados de sal. A massa é fresca, estava no ponto certo de cozimento e o tamanho dos tortellis era de médio para grande. Foi uma daquelas poucas as vezes na vida de comer com tanta felicidade. Os olhos não desgrudavam do cardápio, há menus executivos por R$ 71,90 e o econômico (R$ 56,90) com opções com filé mignon à parmegiana ou com molho madeira e filé de truta grelhada com molho de ervas ao limão. Mesmo dentro das opções de pratos promocionais como o do tortelli, os nhoques pareciam bem apetitosos e há a opção de mini polpetone à parmegiana. Esse é um almoço mais que família, para comer comida de mãe e num lugar que não sucumbiu aos modismos num pedaço de São Paulo onde a gastronomia vale um belo roteiro. Quase ao lado tem o Esther ( HiGH 101) e andando um pouco (com todo o cuidado com os seus pertences, pois os ladrões por lá são muitos) há a Casa do Porco, Bar da Dona Onça, Fôrno e Z-deli e muitos outros cantos de se comer bem. Além do que tem a biblioteca Mario de Andrade, a Galeria Metrópole com a sua arquitetura modernista (tem uma feira de pulgas aos sábados que vale a pena fuxicar) para visitar e bem ao lado da cantina será aberto em breve um centro residencial e polo gastronômico usando a estrutura do antigo prédio da Telesp (que a frente fica na Rua 7 de Abril, paralela com a Basílio da Gama) construído em 1939 e tombado desde 1992. Se puder, coloque as dicas no bolso e aproveite bem as cinco horas disponíveis para ficar à mesa dessa cantina.

Onde achar:
Cantina Família Giovanni
Rua Basílio da Gama, 113
Tel.: (11) 3259 9894 / 97700 9894
@cantinafamiliagiovanni

Horário de funcionamento:
De segunda à sexta das 11h00 às 16h00
Sábados e feriados das 11h00 às 17h00