Depois de se tornar o carro elétrico mais vendido do país logo após o lançamento em junho de 2023 quando atingiu cerca de 3.000 unidades vendidas em um único mês, o hatch compacto BYD Dolphin ganha mais versões que podem deixa-lo mais atraente ainda. Na primeira versão, o que chamou a atenção foi o preço de R$ 149.800,00. É padrão de carro com motor à combustão de marca genérica. Se ainda existisse zero quilômetro o Honda Fit seria a referência mais direta ao BYD em termos de dimensões. O Dolphin tem 4,125m de comprimento total, 2,700m de entre eixos e possui 1,770m de largura, o que o faz um pouco menor que o Honda City hatch (R$ 134.600,00 na versão Touring) que substituiu o Fit. O Dolphin é o primeiro de uma família de carros da BYD com estética Ocean inspirada em animais marinhos e no oceano. Em todos os cantos externos e principalmente internos há um monte de linhas que lembram ondas. Vem até com um microfone para vocie se arriscar no karaokê móvel usando o seu arquivo no Spotfy comandável por voz. O interior é um pouco comedido de espaço na parte traseira. A frente ficou um tanto quanto bochechuda com o largo para-choque. Feito em cima da e-Plataforma 3.0 tem um conjunto de baterias Blade ocupando a área do assoalho e na versão de estreia ele entrega 44,9kWh o que permite um alcance que pode passar dos 400km e alimenta um motor de 95cv e torque de 18,35kgf.m. Pesando 1.405kg em ordem de marcha é de se esperar uma aceleração de carro popular na base de 10 ou 11s. Com um carregador rápido a bateria pode sair de 20% aos 80% em menos de meia hora. Três meses depois de chegar ao mercado, a BYD lançou duas novas versões do Dolphin. A Diamond continua com a mesma ficha técnica mas ganhou a cor preta. A grande novidade foi a versão Plus com bateria de 60,48kWh o que garante alcance de 427km e motor de 204cv que faz o hatch acelerar de 0 a 100km/h em 7s e atingir uma velocidade máxima de 160km/h. A Plus ainda ganhou teto solar panorâmico, câmeras de visão 360º, tela de multimídia de 12,8” giratória, bancos frontais de ajuste elétrico, aquecidos e pelo sistema Vtol ( Vehicle to Land e não Vertical Take Off and Landing dos aviões e helicópteros) ele pode virar um gerador de energia para diversos eletrônicos externos como uma cafeteira, notebooks ou outros aparelhos. 

Diferente da Diamond, o Plus é oferecido em padrão bicolor combinando o Azul Surfing com Cinza Dolphin, Preto Delan com Cinza Atlantis, Rosa Afterglow com Cinza Dolphin e Branco Ski com Cinza Dolphin. O preço das duas novas versões continua atraente, ambas saem por R$ 179.800,00 e a garantia é de 8 anos ou 200km rodados, a bateria tem uma garantia de oito anos sem limite de quilometragem e a BYD oferece 5 anos de revisões gratuitas ou 100 mil km. Segundo Henrique Antunes, diretor de vendas da BYD, as vendas do Dolphin devem girar em torno de 10.000 unidades ao ano por conta do seu custo benefício e ser responsável de 30 a 40% das vendas totais da BYD aqui no país. O Dolphin junto com o SUV híbrido Song Plus devem ser os modelos que vão inaugurar a fábrica na Bahia (quem sabe um dia, os modelos maiores como o Tan e o Han que atualmente vendem cerca de 500 unidades ao ano possam também ser fabricados aqui) o que pode livrar o fabricante chinês de alguma complicação em relação as especulações da taxação de 35% que pode voltar a recair em cima dos carros elétricos importados, uma pressão feita pelas montadoras por aqui instaladas. 

Henrique também falou sobre a estratégia da BYD na instalação de mais pontos de recarga elétrica no Brasil. Segundo o diretor, eles estão falando proximamente com as distribuidoras, mas acredita que essa rede de eletropontos é um negócio de alguém – não eles – e para se tornar rentável, a missão da BYD seria a de colocar carros no Brasil e fomentar o uso desse tipo de veículos. É uma visão diferente ao da Volvo, que tem investido maciçamente, cerca de R$ 50 milhões, num plano de instalação de uma vasta rede de eletropontos (vão colocar mais 73 pontos de carga rápida nos próximos anos) para atrair o desejo do consumidor em ter um carro elétrico e tirar deles a ideia de restrição de locomoção por conta de uma rede pequena de eletropontos. O que a BYD tem investido, até por ser a maior produtora de baterias para veículos elétricos no mundo, é de incrementar a reciclagem desses elementos. Eles ergueram uma unidade de reciclagem dos componentes da bateria na China já de olho nos próximos 20 anos quando as pesquisas indicam que a maior fonte de lítio será a proveniente da reciclagem de baterias velhas. No Brasil eles já estabeleceram um laboratório de pesquisas com a Unicamp para estudar a segunda vida das baterias de seus veículos, inicialmente dos primeiros ônibus que eles trouxeram ao país, com o potencial de uso futuro em placas fotovoltaicas que, por sinal, eles produzem. Uma fábrica de reciclagem instalada aqui, dependeria do volume de negócio, Por isso querem que o Dolphin vire sucesso de vendas.

Onde achar:
BYD
www.bydcars.com.br