Durante a 36a Abertura Oficial da Colheita de Arroz e Grãos em Terras Baixas, evento que aconteceu em Capão do Leão, no Rio Grande do Sul, o Sindag – Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola, divulgou um relatório sobre a atual frota de aeronaves do setor. O Brasil segue como o segundo maior mercado mundial para aeronaves agrícolas considerando os aviões e helicópteros, ficando atrás dos Estados Unidos. Se os americanos tem uma frota da 3,6 mil aeronaves para esse fim, no país são 2.722 aeronaves em operação divididos em 2.088 aviões (77% da frota) e 634 helicópteros (23%). O Brasil está à frente de Canadá, Argentina, México e Nova Zelândia. O Mato Grosso absorve a maior parte tendo 749 aviões agrícolas. Depois vem o Rio Grande do Sul com 385 aeronaves, São Paulo com 320, Goiás com 307, Bahia com 173 e o restante em outros 19 estados. Desse total, 1.054 aeronaves são operadas por produtores rurais ou cooperativas que tem aviões próprios. Outras 1.648 aeronaves são operadas por empresas aeroagrícolas que prestam serviços para produtores. Da frota, 51,65% das aeronaves são fabricadas pela Embraer. O modelo Ipanema está no mercado desde 1970 mas está na sua sétima geração. Ele é um dos menores agrícolas que a pessoa pode contar no mercado. A Embraer já colocou cerca de 1.600 Ipanema para voar sobre as plantações desde o seu lançamento e algo como 1.100 ainda estão voando pelo país. Com um compartimento de produtos de 1.050l, motorizado com um Lycoming IO-540 de seis cilindros, 320hp que pode consumir etanol, consegue fazer até 200 hectares por hora. Mas o mercado a cada dia tem absorvido modelos turboélice de maior porte. Tanto a Trush como a Air Tractor só não vendem mais por limitações nas suas linhas de montagem. A Air Tractor entregou 198 aviões em 2023 e cerca de 204 em 2024. Só para o mercado brasileiro foram 90 aeronaves. A maior parte é de modelos 800 (92 em 2023 e 96 em 2024) e 500 ( 68 em 2023 e 67 em 2024). A Thrush está se recuperando de um processo de reparação financeira e foi vendida para um novo grupo em 2019. Em 2023 eles entregaram 12 aeronaves no Brasil, e em 2024 somente dez. O batente de sua linha de produção será de 37 aviões em 2024 e 45 neste ano. Foram certificados os modelos 510P2 e o 510P2+, ambos de 1.930l de capacidade no compartimento de produtos, porém o P2 vem com motor Pratt & Whitney PT6A-34AG de 750shp, e o P2+ com uma PT6A-140AG de 867shp. O fabricante estima que no Brasil, que responde por 25% das vendas globais da Thrush, 70% das negociações recaiam no 510P2 e 30% no P2+. No evento, Gabriel Colle, diretor do Sindag, divulgou que o sindicato fará um levantamento da frota de drones usados no segmento agrícola. A percepção é que existam mais drones voando do que o registrado no Ministério da Agricultura e junto à Anac. A pesquisa tende a cruzar os dados dos dois órgãos com as informações do Siscomex sobre a entrada de aparelhos no país. Nesse segmento a novidade é a chegada do Pyke Pelican Spray, trazido ao Brasil pela Synerjet. O aparelho, um avião de voo autônomo, tem capacidade de carregar 300kg de produtos, tem motorização totalmente elétrica (matéria na HiGH 110) e precisa de 180m de pista para operar. Com a chegada dele no país – a Synerjet espera vender 100 exemplares ao ano – o produtor ou a empresa aeroagrícola tem que colocar na cabeça que a especialização será cada vez mais segmentada. Um tipo de aeronave específico para cada missão. Cada um no seu quadrado.